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Introdução à teoria dos acordes

Autor: Márcio Ellery Girão Barroso

  O som
  Música, as notas e a escala
  Escala diatônica
  Intervalos
  Acordes - Tríades
  Acordes com estruturas complexas
  A cifragem

O SOM

No seu violão devidamente afinado, toque a 1ª corda no 5º traste (lá-3). O resultado é a vibração da corda na freqüência principal de 440 hz (hertz - ciclos por segundo). Esse rápido vaivém da corda no ar que a circunda, agita as moléculas do ar para frente e para trás e estas as mais próximas e assim por diante, num movimento ondulatório de pressão e contrapressão que caminha em todas as direções e, em particular, na de seus ouvidos. (A caixa de ressonância do violão se encarrega de amplificá-las).

Propagação do som
Choque entre as moléculas de ar

O mesmo ocorre a partir de uma orquestra, na qual cada instrumento tem a sua forma particular de agitar as moléculas do ar, num concerto em que as ondas se misturam umas às outras, somando e subtraindo suas pressões e contrapressões, viajando até você por vários caminhos: no direto e depois de se refletirem uma ou diversas vezes nas paredes do teatro. Se conseguíssemos enxergar alguma molécula do ar desse teatro, veríamos um verdadeiro espetáculo de dança cujos movimentos são causados por cada instrumento da orquestra, e até mesmo pelo tossir dos ouvintes.

Mas a viagem do som ainda não terminou. Ao chegar ao ouvido ele encontra a orelha, que é a sua parte externa, e que tem a função de canalizar o som para o “verdadeiro” ouvido que é denominado ouvido interno situado dentro do crânio. Nele, as ondas de pressão se transformam em movimentos mecânicos, passando pelo tímpano, ossículos, músculos e fluido coclear, até chegarem aos primeiros espectadores do som, uma fileira de neurônios das células ciliares auditivas.

Nesse momento, as ondas de pressão e os movimentos mecânicos, ou seja, fenômenos físicos, se transformam em percepção psicológica, numa mágica metamorfose que liga você a cada um dos instrumentos à sua frente, agora não mais numa agitação de moléculas, mas de emoções. É também onde se diferenciam o violão de um martelo, a consonância de um ruído, o Mozart de um Salieri.

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A MÚSICA, AS NOTAS E A ESCALA

A música é a arte dos sons e dos ritmos. Os nossos ouvidos são capazes de perceber sons numa gama de freqüência que vai de 16 hz a 20.000 hz. Em torno de 4.000 hz somos capazes de distinguir freqüências com apenas 1 hz de diferença. Dessa imensa variedade de sons possíveis de ouvir, a música ocidental utiliza uma pequena fração de cerca de 90 sons distintos (diferentes alturas de som ). Mesmo assim, milhares de composições musicais à nossa disposição atestam o enorme poder dessa só aparentemente pequena quantidade de sons utilizados.

A escolha desses sons, ou notas, tão especiais vem desde a antiguidade, e foi consolidada apenas no início do século XVIII com a definição precisa da escala musical (o conjunto de notas usadas na música).

Existem duas notas singulares que determinam os limites da escala: quando a freqüência do som é dobrada (f, 2f, 4f ...) a nossa percepção indica um som exatamente igual, apenas em alturas distintas. Assim se dá, por exemplo, com as notas em diferentes posições no violão. Daí a conclusão imediata de que a escala (mais tarde denominada escala cromática) seria um conjunto de notas entre uma freqüência e o seu dobro.

Vibração complexa de uma corda
 

Outro fenômeno no qual intervêm, de um lado a nossa percepção, do outro a mecânica das vibrações que produzem sons, é a consonância. Quando tocamos numa corda do violão ela vibra mais fortemente na freqüência da nota para a qual ela foi projetada (por exemplo, o lá).

Entretanto, ela também vibra com menor intensidade em outras freqüências também perceptíveis ao ouvido. Desde o início da fabricação dos instrumentos musicais, observou-se que para ser agradável ao ouvido, cada som deveria resultar de uma freqüência principal igual a uma das freqüências secundárias dos outros sons. Com isso, os diferentes sons detêm uma consonância em suas vibrações principais.

Poder-se-ia dizer que no caso do sistema de sons hoje utilizado na música ocidental, a galinha nasceu primeiro que o ovo. Primeiro vieram as composições musicais e os instrumentos que as executavam, incluindo a voz humana, baseados em sons discretos que consonassem agradavelmente aos ouvidos. Somente muito depois é que se estabeleceram matematicamente as relações precisas desses sons e a sua universalização. As explicações a seguir são, portanto, uma mera tentativa de estabelecer uma cronologia científica do sistema de sons atual.

Assim, após várias experiências e alguns cálculos matemáticos chegou-se a um conjunto de 12 freqüências (notas) entre uma freqüência e o seu dobro. Foi só escolher uma freqüência semente (em torno de 440 hz) e estava inventada a escala cromática. A distância entre duas notas seqüenciais desta escala se denomina semitom . Dois semitons em seqüência formam, pois, um tom.

Restava, no entanto, um problema de caráter prático a ser resolvido. Se uma música fosse tocada a partir de uma determinada nota (por exemplo, o dó), não era possível transcrevê-la para outra nota de início (por exemplo, o ré). Isto porque as freqüências calculadas para as 12 notas da escala eram números irracionais e não mantinham a relação que permitisse tal transcrição. Por exemplo, a relação das freqüências entre o e o não era a mesma que entre o e o mi. Para resolver o problema, as freqüências foram “acochambradas” de forma que a relação entre elas fosse constante. Estava inventada a escala temperada, que embora fugisse da perfeição consonante entre as notas, resolvia o problema da transcrição. O “Teclado Bem Temperado” do genial Bach foi uma das primeiras obras nessa nova escala.

Ainda tendo o ouvido como o mestre a ser agradado, concluiu-se que para manter uma relação sonora agradável entre as notas, uma música não deveria conter aleatoriamente as 12 notas da escala, mas apenas algumas delas. Foram inventadas então as escalas diatônicas, contendo apenas oito notas (sendo a oitava com o mesmo som da primeira, ou seja, com o dobro de sua freqüência) e com as quais as músicas deveriam ser prioritariamente construídas. Estava inventado o dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó. Daí que a relação entre uma freqüência e o seu dobro é chamada de oitava.

Na realidade, a escala adveio da relação (agradável) de 3/2 entre duas freqüências (que ocorre entre as notas que têm entre si três notas, como, por exemplo, fá, dó, sol, ré, lá, mi, si) .

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ESCALA DIATÔNICA

A escala diatônica (ou simplesmente escala) é o conjunto de 8 notas que têm entre si a seguinte relação:

- entre a 1ª e a 2ª notas --> 1 Tom
- entre a 2ª e a 3ª notas --> 1 Tom
- entre a 3ª e a 4ª notas --> 1 Semitom
----------------------------------------------------
- entre a 4ª e a 5ª notas --> 1 Tom
----------------------------------------------------
- entre a 5ª e a 6ª notas --> 1 Tom
- entre a 6ª e a 7ª notas --> 1 Tom
- entre a 7ª e a 8ª notas --> 1 Semitom

ou resumindo: T T S T T T S.

Pode-se também pensar na escala como dois conjuntos de 4 notas T T S iniciando respectivamente na 1ª e 5ª notas. O tetracorde (antigo instrumento grego da família da lira) era composto de 4 cordas na relação T T S entre suas notas.

O nome da escala é o da sua primeira nota, também chamada de fundamental (dó, ré, mi, fá, sol, lá si, dó – é a escala de dó).

Os Graus da escala são cada uma de suas notas de 1 até 7 em algarismos romanos e têm a seguinte designação oriunda da percepção musical de cada grau na escala:

I – Tônica
II – Supertônica
III – Mediante
IV – Subdominante
V - Dominante
VI - Superdominante
VII - Sensível

Observações:
- A teoria dos acordes deveria ser explicada a partir da notação dos Graus, pois assim independeria dos nomes das notas que mudam para cada escala em particular (em dó, ré etc.). Entretanto, para simplificar, em geral usaremos a escala de dó, entendendo-se as notas como seus respectivos graus nesta escala.

- Pode-se elevar o som de uma nota de um semitom sem mudar o nome da nota pelo artifício de atribuir-lhe um recurso sustenido. Assim, o sol sustenido é um semitom mais alto que o sol, o meio caminho entre o sol e o . Da mesma forma, pode-se diminuir a nota de um semitom pelo artifício do bemol: lá bemol é um semitom abaixo do . Daí se conclui que os sons do sol sustenido e do lá bemol são idênticos, embora se lhes dêem nomes diferentes de acordo com a escala do tom. O sinal de sustenido na notação musical é #, o de bemol é b.

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INTERVALOS

O intervalo é a combinação de duas notas. É quantificado pela medida da altura entre elas na escala diatônica. Qualquer música é feita de intervalos sucessivos, daí a importância de sua compreensão.

Contexto
Os intervalos podem ser Melódicos ou Harmônicos.

Melódicos: as notas são tocadas uma por vez. As melodias são feitas por intervalos melódicos sucessivos.

Harmônicos: as notas são tocadas ao mesmo tempo. Os acordes são feitos por dois ou mais intervalos harmônicos.

Denominação dos intervalos
Quando se lê algo do tipo “intervalo menor de sexta”, significa que a distância entre as duas notas na escala diatônica é de 6 (“sexta” como dó-lá) e que existe uma alteração cromática de menos um semitom na segunda nota (“menor” como dó-láb). A notação dos intervalos é, pois, dividida em Tipo (1ª, 2ª, ...) e Qualificação (alteração cromática) conforme se verá a seguir.

Denominação: pelo Tipo
O tipo é determinado pela contagem da altura entre as duas notas na escala diatônica. Pode ser ascendente ou descendente conforme a primeira nota seja mais grave ou aguda que a segunda.

Vai de 1ª em diante sendo que:

Intervalo Simples: de 1ª a 8ª , ou seja, na mesma oitava.
Intervalo Composto: de 9ª em diante, ou seja, acima da oitava. Pode-se dizer que o intervalo de 9ª é o mesmo que o de 2ª uma oitava acima e assim por diante (bastando somar 7 ao simples para se obter o composto equivalente).

Observações:

- O intervalo da nota para ela mesma tem o tipo igual a 1 (dó-dó). Também chamado de uníssono.
- Os acidentes sustenido e bemol não afetam os tipos dos intervalos. Por exemplo, todos estes são intervalos de 6ª : dó-lá, dó-láb, dó-lá#, dób-lá, dó#-lá.


Denominação: pela Qualificação -- Alterações Cromáticas (b e #)

O intervalo de 5ª (p.ex. dó-sol) exerce um papel preponderante na percepção musical por serem sons que se combinam com grande consonância e foram, de fato, a base da construção da escala. Ocorre que o intervalo descendente de 5ª leva a uma nota que faz com a primeira um intervalo ascendente de 4ª (p.ex. dó-fá – é de 5ª na descendente e de 4ª na ascendente).

Estes intervalos especiais (1ª, 4ª, 5ª e 8ª) levam o nome de Justos (ou Perfeitos) e exercem um papel diferenciado na qualificação dos intervalos.
Os outros intervalos (2ª, 3ª, 6ª e 7ª) são denominados Maiores.

Os intervalos são qualificados de acordo com a adição ou subtração de semitons em sua segunda nota (colunas Alteração e Quantidade na tabela abaixo).

Qualificação dos Intervalos:

Qualificação
Notação
Alteração
Quantidade
a partir do ..
Exemplo
Maior M     2ª, 3ª, 6ª, 7ª dó-ré; dó-lá
Justo J     1ª, 4ª, 5ª e 8ª dó-fá
Aumentado aum. Adição 1 semitom Maior ou Justo dó-ré#;dó-fá#
Menor m Subtração 1 semitom Maior dó-mib
Diminuto dim. Subtração 2 semitons
1 semitom
Maior
Justo
dó-sibb
dó-solb

 

Com essas informações pode-se construir a seguinte tabela de número de semitons necessários para cada intervalo (especialmente útil no violão onde cada traste representa um semitom):

Número de semitons nos intervalos (as notas representam o intervalo a partir do )

Intervalo de
Maior/Justo
Menor
Aumentado
Diminuto
2 ré 1 réb 3 ré# 0 rébb=dó (*)
4 mi 3 mib 5 fá (*) 2 mibb=ré (*)
5 fá - 6 fá# 4 mi (*)
7 sol - 8 sol# 6 solb
9 lá 8 láb 10 lá# 7 lább=sol (*)
11 si 10 sib 12 si# (*) 9 sibb=lá
12 dó - 13 dó# (*) 11 si (*)

(*) – Estes intervalos não são normalmente utilizados na formação dos acordes.

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ACORDES – TRÍADES (com três notas diferentes)

Desde a antiguidade já se percebia que duas notas com intervalos de 3ª (ex. dó-mi) ou de 5ª (ex. dó-sol) tocadas ao mesmo tempo soavam consonantes, enquanto os intervalos de 2ª e 4ª soavam dissonantes. Isso não era por acaso já que, ao vibrar, uma corda produz, além da nota fundamental, outras nos intervalos de 3ª e 5ª com intensidade relevante. Também se percebeu que ao acrescentar uma nota ao intervalo (de 2 para 3 notas) produzia-se um som de imensa robustez sonora, muito maior que a combinação simples de 2 notas. Esta associação dos intervalos de 3ª e 5ª tocados ao mesmo tempo deu origem aos primeiros acordes de que se tem notícia, denominados acordes perfeitos, por combinarem os três principais sons da nota mais grave do acorde.

Os acordes mais simples, portanto, são formados por um conjunto de três notas diferentes, daí receberem o nome de tríades. São classificados conforme os intervalos, a partir da nota mais grave, entre a 1ª e a 2ª nota e esta e a 3ª nota conforme tabela abaixo:

Qualidade
Intervalo entre 1ª e 2ª notas
Intervalo entre 2ª e 3ª nota
FÓRMULA
Intervalos a partir da 1ª nota
Maior Maior  (M) menor (m) 1-3-5
Menor menor (m) Maior  (M) 1-b3-5
Diminuto (*) menor (m) menor (m) 1-b3-b5
Aumentado (**) Maior  (M) Maior  (M) 1-3-#5

(*) – Diminuto pois subtrai 1 semitom do intervalo de 5ª (Justo).
(**) – Aumentado pois acrescenta 1 semitom ao intervalo de 5ª.

Nome

O acorde recebe o nome de sua primeira nota, denominada fundamental. Por exemplo, a tríade dó-mi-sol é um acorde em Dó maior (ou, por convenção, em Dó); a tríade mib-solb-sib é um acorde em Mi bemol menor.

Fórmula

Note que no segundo exemplo acima (mib-solb-sib), a fórmula do acorde de Mi menor (seja bemol ou sustenido) deve conter as notas sol e si. Daí se usar solb em vez de fá# e sib em vez de lá#. Estas notas iguais, porém com notação distinta, são chamadas de enarmônicas.

A fórmula da tríade deve, portanto, sempre obedecer aos intervalos 1-3-5 a partir da nota fundamental, sendo que as alterações cromáticas é que indicam a qualidade do acorde.

Dobra

No violão, normalmente se toca um acorde com pelo menos 4 notas (ou cordas). Por isso, ao tocar uma tríade, pelo menos uma nota será repetida. A isto se chama dobrar o acorde. Não há nenhuma conseqüência na percepção do acorde ao ser dobrado, a não ser dar-lhe maior riqueza sonora .

 

Inversão

Inverter um acorde significa colocar como nota mais grave, não a sua nota fundamental, mas uma das outras duas notas da tríade. Por exemplo, se em vez de dó-mi-sol, tivermos mi-sol-dó (ambos um acorde em Dó).

As fórmulas e notação dos acordes invertidos são as seguintes:

1ª inversão: 3-5-1 (ex. mi-sol-dó que é o acorde em Dó com baixo em mi)
2ª inversão: 5-1-3 (ex. sol-dó-mi que é o acorde em Dó com baixo em sol).

Embora o acorde seja o mesmo, as inversões dão uma riqueza sonora característica que podem ser exploradas nos arranjos musicais. Na posição fundamental os acordes são harmonicamente mais estáveis que suas inversões, daí serem mais utilizados no acompanhamento musical. A 1ª inversão se usa mais freqüentemente como passagem suave entre dois acordes que estejam na posição fundamental. A 2ª inversão é a mais harmonicamente instável das três posições, pois contém um intervalo dissonante de 4ª com a nota fundamental (ex. sol-dó), sendo também usada como acorde de passagem, porém de forma mais agressiva, por exemplo, na transição entre uma tensão e um relaxamento na harmonia.

Identificação do acorde

Para identificar um acorde seguindo o que foi explicado acima deve-se pois:

- eliminar as dobras
- colocar o acorde na posição fundamental, ou seja, na fórmula 1-3-5
- identificar a qualidade do acorde (maior, menor, diminuto ou aumentado).

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ACORDES COM ESTRUTURAS COMPLEXAS (com mais de três notas diferentes)

Vimos que dois intervalos de terças são usados para formar uma tríade. Acrescentando outras notas em intervalos de terças a essas tríades formam-se os acordes com estruturas mais complexas e de grande riqueza sonora. Por razões práticas, a extensão máxima do intervalo utilizado em relação à nota fundamental é de 13ª. Têm-se pois à disposição os intervalos de 1ª, 3ª, 5ª, 7ª, 9ª, 11ª e 13ª para a formação destes acordes.

Há três grandes famílias de acordes complexos conforme se verá a seguir.

Família de Acordes Maiores

É baseada na tríade maior 1-3-5. O intervalo de 3ª exerce um papel importante nesta família. O intervalo de 7ª não tem alteração cromática.

As fórmulas dos acordes mais comuns são:

Notação
(ex. acorde em Dó)
Fórmula
Observações
Dó 6 1-3-5-6 bem dissonante – foge à terça
Dó 7 1-3-5-7  
Dó 9 1-3-5-7-9 dizer só 9 implica as terças anteriores
Dó 11 1-3-5-7-9-11 idem
Dó 13 1-3-5-7-9-11-13 idem
Dó add9 1-3-5-9 add indica que não tem as terças anteriores
Dó 6 9 1-3-5-6-9 a 7ª foi substituída pela 6ª
Dó 7 #4 1-3-5-7-#4 veja o acorde a seguir (#4 = b5)
Dó 7 b5 1-3-b5-7 usa b5 para indicar que a 5ª foi subsutituída
Dó 7 #11 1-3-5-7-9-#11  
Dó susp4 1-4-5 susp indica substituição na tríade (3ª suspensa)

 


Família de Acordes Menores

É baseada na tríade menor 1-b3-5. O intervalo de 7ª é diminuto (b7) exceto um deles com 7ª maior.

As fórmulas dos acordes mais comuns são:

Notação
(ex. acorde em Dó)
Fórmula
Dó m 6 1-b3-5-6
Dó m 7 1-b3-5-b7
Dó m 9 1-b3-5-b7-9
Dó m 11 1-b3-5-b7-9-11
Dó m 13 1-b3-5-b7-9-11-13
Dó m add9 1-b3-5-9
Dó m 6 9 1-b3-5-6-9
Dó m 7 maior 1-b3-5-7
Dó m 7 b5 1-b3-b5-b7
Dó m 7 #11 1-b3-b5-b7
Dó m susp4 1-b3-4-5

 

Família de Acordes Dominantes (ou acordes de 7ª da dominante ou, simplesmente, de 7ª )

É baseada na tríade maior acrescida da 7ª menor 1-3-5-b7. Os intervalos mais importantes são o de 3ª e o de 7ª menor. Estes acordes são de acentuada dissonância porque há um intervalo trítono presente (3-b7). Existem, entretanto, alguns acordes classificados nesta família mas que não possuem nem a 3ª nem a 7ª menor (ex. tríade diminuta, tríade aumentada e suspensos). São assim colocados apenas por não se classificarem em outras famílias e, de certa forma, exercerem as mesmas funções que os verdadeiros acordes dominantes.

O nome acorde dominante advém de que o acorde maior com 7ª no grau dominante (V) da escala diatônica (ex.: na escala em Dó, o acorde de Sol b7) exerce um importante papel na harmonia.

As fórmulas dos acordes mais comuns são:

Notação
(ex. acorde em Dó)
Fórmula
Dó dom 7 1-3-5-b7
Dó dom 9 1-3-5-b7-9
Dó dom 11 1-3-5-b7-9-11
Dó dom 13 1-3-5-b7-9-11-13
Dó dom 7 #4 1-3-4-5-b7
Dó dom 7 b5 1-3-b5-b7
Dó dom 7 #5 1-3-#5-7
Dó dom 7 b9 1-3-5-b7-b9
Dó dom 7 #9 1-3-5-b7-#9
Dó dom 7 #11 1-3-5-b7-9#11
Dó diminuto( dim) 1-b3-b5
Dó dim 7 1-b3-b5-bb7
Dó meio-diminuto 1-b3-b5-b7
Dó aumentado (aum) 1-3-#5
Dó aum 7 1-3-#5-b7
Dó suspenso 7 1-4-5-b7
Dó suspenso 9 1-4-5-b7-9
Dó suspenso 11 1-4-5-b7-9-11
Dó suspenso 13 1-4-5-b7-9-11-13
Dó alterado 1-3-b5-#5-b7-b9-#9

 


Outros Acordes

Existem alguns acordes que não podem ser classificados em nenhuma das famílias acima nem pela sua fórmula nem pela função que ocupa na harmonia. São os acordes incompletos onde falta o intervalo de 3ª. Nestes casos, o acorde não pode ser classificado nem como maior, menor ou dominante. No rock são freqüentemente usados os acordes denominados power chords formados pelas intervalos de 1ª e 5ª (ex. Dó 5).Outro utilizado é o acorde com a fórmula 1-2-5 (ex. Dó sus 2).

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A CIFRAGEM

No séc. XVI começou a ser usado no ocidente um sistema de notação musical além do pentagrama, e tinha como objetivo uma rápida apreensão visual e alguma liberdade para o intérprete. Era a Cifragem que consistia na colocação de numerais arábicos abaixo da linha melódica do pentagrama para representar os acordes que a acompanhavam. Hoje em dia permanecem em uso dois tipos de cifragem: a analítica e a prática.

A cifragem analítica, muito usada no estudo teórico da análise harmônica, emprega numerais romanos de I a VII para representar os acordes cujas fundamentais são os graus da escala diatônica (v. acima) acompanhados de sinais, letras e numerais arábicos (ex. IV m7).

A cifragem prática é aquela utilizada na música popular, em especial para acompanhamento ao violão, e segue a mesma estrutura da analítica, mas substitui os numerais romanos por letras que indicam a nota fundamental do acorde (ex. Fá m7).

Infelizmente não há uma padronização internacional sobre as regras de cifragem para violão. Cada país, ou mesmo cada autor, adota diferentes sinais para representar os mesmos acordes cifrados. Além disso, no Brasil há uma complicação adicional, pois, em vez de se adotarem os nomes das notas fundamentais utilizados no país (Dó, Ré, Mi, ... Si), usam-se os nomes da notação inglesa (A, B, C, ... G). A correspondência entre uma e outra é a seguinte:

A – lá     B – si    C – dó    D - ré     E - mi     F - fá     G - sol

Regras
As regras são basicamente as seguintes:

- A cifra inicia pela nota fundamental do acorde: A, B, C, ... G, A#, B#, C#, ... G#, Ab, Bb, Cb, ... Gb.
- Em seguida vem a qualidade do acorde:

Qualidade
Símbolo
Alternativas comuns
Exemplo
Maior (nenhum) Maj, M, Ma C
Menor m min, - Cm
Dominante 7 (*) dom7 C7
Diminuto º dim

(*) Aqui há uma quebra da regra geral da notação, pois deveria ser b7 indicando um intervalo de 7ª menor. Porém, em nome da simplificação, adotou-se somente 7.

- Os acordes com estruturas complexas são representados colocando-se as suas fórmulas após a qualidade. As tabelas a seguir repetem as tabelas dos acordes complexos já mostrados anteriormente, porém incluindo os símbolos de cifragem.

Família de Acordes Maiores

Nome
Fórmula
Símbolo
Alternativas
Exemplo
maior 6 1-3-5-6 6 maj6, M6 C6
maior 7 1-3-5-7 7M maj7, 7+, M7, #7 C7M
maior 9 1-3-5-7-9 7m(9) maj9, 9+, M9, #9 C7M(9)
maior 13 1-3-5-7-9-11-13 7M(9 11 13 ) maj13, 13+, M13, #13 C7M(9 11 13)
maior addb9 1-3-5-9 add9 maj/add9 Cadd9
maior 6 9 1-3-5-6-9 6(9) 6add9 C6(9)
maior 7 b5 1-3-b5-7 7M(b5) 7M(5-), maj7b5 C7M(b5)
maior 7 #11 1-3-5-7-9-#11 7M(#11) 7M(11+), maj7#11 C7M(#11)
maior susp4 1-4-5 4 sus, sus4 C4

Família de Acordes Menores

Nome
Fórmula
Símbolo
Alternativas
Exemplo
menor 6 1-b3-5-6 m6 min6, -6 Cm6
menor 7 1-b3-5-b7 m7 min7, -7 Cm7
menor 9 1-b3-5-b7-9 m7(9) min9, -9 Cm7(9)
menor 11 1-b3-5-b7-9-11 m7(9 11) min11, -11 Cm7(9 11)
menor add9 1-b3-5-9 m(add9) min/add9 Cm(add9)
menor 6 9 1-b3-5-6-9 m6(9) min6/9 Cm6(9)
menor 7M 1-b3-5-7 m7M min/maj7 Cm7M
menor 7 b5 1-b3-b5-b7 m7(b5) min7b5 Cm7(b5)
menor susp4 1-b3-4-5 4 sus, sus4 Cm4

Família de Acordes Dominantes

Nome
Fórmula
Símbolo
Alternativas
Exemplo
dom 7 1-3-5-b7 7 dom7 C7
dom 9 1-3-5-b7-9 7(9) dom9, 9 C7(9)
dom 11 1-3-5-b7-9-11 7(9 11) dom11, 11 C7(9 11)
dom 7 b5 1-3-b5-b7 7(b5) dom7b5 C7(b5)
dom 7 #5 1-3-#5-7 7(#5) dom7#5 C7(#5)
dom 7 b9 1-3-5-b7-b9 7(b9) dom7b9 C7(b9)
dom 7 #9 1-3-5-b7-#9 7(#9) dom7#9 C7(#9)
dim 1-b3-b5 º º, dim
dim 7 1-b3-b5-bb7 º7 dim7 Cº7
aumentado 1-3-#5 (#5) aug, aum, + C(#5)
aum 7 1-3-#5-b7 7(#5) aug7, aum7, +7 C7(#5)
suspenso 7 1-4-5-b7 4 7 sus7, dom7sus C4 7
suspenso 9 1-4-5-b7-9 4 7(9) sus9, dom9sus C4 7(9)

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