No seu violão devidamente afinado, toque
a 1ª corda
no 5º traste (lá-3). O resultado é a vibração
da corda na freqüência
principal de 440 hz (hertz -
ciclos por segundo). Esse rápido vaivém da corda
no ar que a circunda, agita as moléculas do ar para
frente e para trás e estas as mais próximas e assim
por diante, num movimento ondulatório de pressão
e contrapressão
que caminha em todas as direções e, em particular,
na de seus ouvidos. (A caixa de ressonância do violão
se encarrega de amplificá-las).
Propagação
do som
Choque entre as moléculas de ar
O mesmo ocorre a partir de uma orquestra, na qual
cada instrumento tem a sua forma particular de agitar as moléculas do ar,
num concerto em que as ondas se misturam umas às outras,
somando e subtraindo suas pressões e contrapressões,
viajando até você por vários caminhos: no direto
e depois de se refletirem uma ou diversas vezes nas paredes do
teatro. Se conseguíssemos enxergar alguma molécula
do ar desse teatro, veríamos um verdadeiro espetáculo
de dança cujos movimentos são causados por cada instrumento
da orquestra, e até mesmo pelo tossir dos ouvintes.
Mas a viagem
do som ainda não terminou. Ao chegar ao ouvido
ele encontra a orelha, que é a sua parte externa, e que
tem a função de canalizar o som para o “verdadeiro” ouvido
que é denominado ouvido interno situado dentro
do crânio. Nele, as ondas de pressão se transformam
em movimentos mecânicos, passando pelo tímpano, ossículos,
músculos e fluido coclear, até chegarem aos primeiros
espectadores do som, uma fileira de neurônios
das células ciliares auditivas.
Nesse momento, as ondas de pressão e os movimentos mecânicos,
ou seja, fenômenos físicos, se transformam em percepção
psicológica, numa mágica metamorfose que liga você a
cada um dos instrumentos à sua frente, agora não
mais numa agitação de moléculas, mas de emoções. É também
onde se diferenciam o violão de um martelo, a consonância
de um ruído, o Mozart de um Salieri.
A música é a arte dos sons e dos ritmos. Os nossos
ouvidos são capazes de perceber sons numa gama de freqüência
que vai de 16 hz a 20.000 hz. Em torno de 4.000 hz somos capazes
de distinguir freqüências com apenas 1 hz de diferença.
Dessa imensa variedade de sons possíveis de ouvir, a música
ocidental utiliza uma pequena fração de cerca de 90
sons distintos (diferentes alturas de
som ). Mesmo assim, milhares
de composições musicais à nossa disposição
atestam o enorme poder dessa só aparentemente pequena quantidade
de sons utilizados.
A escolha desses sons, ou notas, tão especiais vem desde
a antiguidade, e foi consolidada apenas no início do século
XVIII com a definição precisa da escala musical (o
conjunto de notas usadas na música).
Existem duas notas singulares que determinam os limites da escala:
quando a freqüência do som é dobrada (f, 2f,
4f ...) a nossa percepção indica um som exatamente
igual, apenas em alturas distintas. Assim se dá, por exemplo,
com as notas dó em diferentes posições
no violão.
Daí a conclusão imediata de que a escala (mais tarde
denominada escala cromática) seria um conjunto de notas
entre uma freqüência e o seu dobro.
Vibração complexa
de uma corda
Outro fenômeno no qual intervêm, de um lado
a nossa percepção, do outro a mecânica
das vibrações que produzem sons, é a
consonância. Quando tocamos numa corda do
violão
ela vibra mais fortemente na freqüência da nota
para a qual ela foi projetada (por exemplo, o lá).
Entretanto, ela também vibra com menor intensidade
em outras freqüências também perceptíveis
ao ouvido. Desde o início da fabricação
dos instrumentos musicais, observou-se que para ser agradável
ao ouvido, cada som deveria resultar de uma freqüência
principal igual a uma das freqüências secundárias
dos outros sons. Com isso, os diferentes sons detêm
uma consonância em suas vibrações
principais.
Poder-se-ia dizer que no caso do sistema de sons hoje utilizado
na música ocidental, a galinha nasceu primeiro que o ovo.
Primeiro vieram as composições musicais e os instrumentos
que as executavam, incluindo a voz humana, baseados em sons discretos
que consonassem agradavelmente aos ouvidos. Somente muito depois é que
se estabeleceram matematicamente as relações precisas
desses sons e a sua universalização. As explicações
a seguir são, portanto, uma mera tentativa de estabelecer
uma cronologia científica do sistema de sons atual.
Assim, após várias experiências
e alguns cálculos
matemáticos chegou-se a um conjunto de 12 freqüências
(notas) entre uma freqüência e o seu dobro. Foi só
escolher uma freqüência
semente (em torno de 440 hz)
e estava inventada a escala cromática. A distância
entre duas notas seqüenciais desta escala se denomina semitom .
Dois semitons em seqüência formam, pois, um tom.
Restava, no entanto, um problema de caráter prático
a ser resolvido. Se uma música fosse tocada a partir de
uma determinada nota (por exemplo, o dó), não era
possível
transcrevê-la para outra nota de início (por exemplo,
o ré). Isto porque as freqüências calculadas
para as 12 notas da escala eram números irracionais e
não
mantinham a relação que permitisse tal transcrição.
Por exemplo, a relação das freqüências
entre o dó e o ré não
era a mesma que entre o ré e o mi.
Para resolver o problema, as freqüências
foram “acochambradas” de forma que a relação
entre elas fosse constante. Estava inventada a escala
temperada,
que embora fugisse da perfeição consonante entre
as notas, resolvia o problema da transcrição. O “Teclado
Bem Temperado” do genial Bach foi uma das primeiras
obras nessa nova escala.
Ainda tendo o ouvido como o mestre a ser agradado, concluiu-se
que para manter uma relação sonora agradável
entre as notas, uma música não deveria conter aleatoriamente
as 12 notas da escala, mas apenas algumas delas. Foram inventadas
então as escalas diatônicas, contendo
apenas oito notas (sendo a oitava com o mesmo som da primeira,
ou seja,
com o dobro de sua freqüência) e com as quais as músicas
deveriam ser prioritariamente construídas. Estava inventado
o dó,
ré, mi, fá,
sol, lá,
si, dó.
Daí que a relação entre uma freqüência
e o seu dobro é chamada de oitava.
Na realidade, a escala adveio da relação (agradável)
de 3/2 entre duas freqüências (que ocorre entre as notas
que têm entre si três notas, como, por exemplo, fá,
dó, sol, ré, lá, mi, si) .
A escala diatônica (ou simplesmente escala) é o conjunto
de 8 notas que têm entre si a seguinte relação:
- entre a 1ª e a 2ª notas --> 1 Tom
- entre a 2ª e a 3ª notas --> 1 Tom
- entre a 3ª e a 4ª notas --> 1 Semitom
----------------------------------------------------
- entre a 4ª e a 5ª notas --> 1 Tom
----------------------------------------------------
- entre a 5ª e a 6ª notas --> 1 Tom
- entre a 6ª e a 7ª notas --> 1 Tom
- entre a 7ª e a 8ª notas --> 1 Semitom
ou resumindo: T T S T T T S.
Pode-se também pensar na escala como dois conjuntos de 4
notas T T S iniciando respectivamente na 1ª e 5ª notas.
O tetracorde (antigo instrumento grego da família da lira)
era composto de 4 cordas na relação T T S entre suas
notas.
O nome da escala é o da sua primeira nota, também
chamada de fundamental (dó, ré, mi, fá, sol,
lá si, dó – é a escala de dó).
Os Graus da escala são cada uma de suas notas de 1 até
7 em algarismos romanos e têm a seguinte designação
oriunda da percepção musical de cada grau na escala:
I – Tônica
II – Supertônica
III – Mediante
IV – Subdominante
V - Dominante
VI - Superdominante
VII - Sensível
Observações:
- A teoria dos acordes deveria ser explicada a partir da notação
dos Graus, pois assim independeria dos nomes das notas que mudam
para cada escala em particular (em dó, ré etc.).
Entretanto, para simplificar, em geral usaremos a escala de dó,
entendendo-se as notas como seus respectivos graus nesta escala.
- Pode-se elevar o som de uma nota de um semitom sem mudar o nome
da nota pelo artifício de atribuir-lhe um recurso sustenido.
Assim, o sol sustenido é um semitom mais alto
que o sol,
o meio caminho entre o sol e o lá. Da
mesma forma, pode-se diminuir a nota de um semitom pelo artifício
do bemol: lá
bemol é um semitom abaixo do lá. Daí se
conclui que os sons do sol sustenido e do lá bemol são
idênticos,
embora se lhes dêem nomes diferentes de acordo com a escala
do tom. O sinal de sustenido na notação
musical é
#, o de bemol é b.
O intervalo é a combinação de duas notas.
É quantificado pela medida da altura entre elas na escala
diatônica. Qualquer música é feita de intervalos
sucessivos, daí a importância de sua compreensão.
Contexto
Os intervalos podem ser Melódicos ou Harmônicos.
Melódicos: as notas são tocadas uma por vez. As melodias
são feitas por intervalos melódicos sucessivos.
Harmônicos: as notas são tocadas ao mesmo tempo. Os
acordes são feitos por dois ou mais intervalos harmônicos.
Denominação dos intervalos
Quando se lê algo do tipo “intervalo menor de sexta”,
significa que a distância entre as duas notas na escala diatônica
é de 6 (“sexta” como dó-lá) e que
existe uma alteração cromática de menos um
semitom na segunda nota (“menor” como dó-láb).
A notação dos intervalos é, pois, dividida
em Tipo (1ª, 2ª, ...) e Qualificação (alteração
cromática) conforme se verá a seguir.
Denominação: pelo Tipo
O tipo é determinado pela contagem da altura entre as duas
notas na escala diatônica. Pode ser ascendente ou descendente conforme a primeira nota seja mais grave ou aguda que a segunda.
Vai de 1ª em diante sendo que:
Intervalo Simples: de 1ª a 8ª , ou seja, na mesma
oitava.
Intervalo Composto: de 9ª em diante, ou seja, acima da oitava.
Pode-se dizer que o intervalo de 9ª é o mesmo que o
de 2ª uma oitava acima e assim por diante (bastando somar
7 ao simples para se obter o composto equivalente).
Observações:
- O intervalo da nota para ela mesma tem o tipo igual a 1 (dó-dó).
Também chamado de uníssono.
- Os acidentes sustenido e bemol não afetam os tipos dos
intervalos. Por exemplo, todos estes são intervalos de 6ª
: dó-lá, dó-láb, dó-lá#,
dób-lá, dó#-lá.
Denominação: pela Qualificação
-- Alterações Cromáticas (b e #)
O intervalo de 5ª (p.ex. dó-sol) exerce um papel preponderante
na percepção musical por serem sons que se combinam
com grande consonância e foram, de fato, a base da construção
da escala. Ocorre que o intervalo descendente de 5ª leva a
uma nota que faz com a primeira um intervalo ascendente de 4ª
(p.ex. dó-fá – é de 5ª na descendente
e de 4ª na ascendente).
Estes intervalos especiais (1ª, 4ª, 5ª e 8ª)
levam o nome de Justos (ou Perfeitos) e exercem um papel diferenciado
na qualificação dos intervalos.
Os outros intervalos (2ª, 3ª, 6ª e 7ª) são
denominados Maiores.
Os intervalos são qualificados de acordo com a adição
ou subtração de semitons em sua segunda nota (colunas
Alteração e Quantidade na tabela abaixo).
Qualificação dos Intervalos:
Qualificação
Notação
Alteração
Quantidade
a partir do ..
Exemplo
Maior
M
2ª, 3ª, 6ª, 7ª
dó-ré; dó-lá
Justo
J
1ª, 4ª, 5ª e 8ª
dó-fá
Aumentado
aum.
Adição
1 semitom
Maior ou Justo
dó-ré#;dó-fá#
Menor
m
Subtração
1 semitom
Maior
dó-mib
Diminuto
dim.
Subtração
2 semitons
1 semitom
Maior
Justo
dó-sibb
dó-solb
Com essas informações pode-se construir a seguinte
tabela de número de semitons necessários para cada
intervalo (especialmente útil no violão onde cada
traste representa um semitom):
Número de semitons nos intervalos (as notas representam
o intervalo a partir do dó)
Intervalo de
Maior/Justo
Menor
Aumentado
Diminuto
2ª
2 ré
1 réb
3 ré#
0 rébb=dó (*)
3ª
4 mi
3 mib
5 fá (*)
2 mibb=ré (*)
4ª
5 fá
-
6 fá#
4 mi (*)
5ª
7 sol
-
8 sol#
6 solb
6ª
9 lá
8 láb
10 lá#
7 lább=sol (*)
7ª
11 si
10 sib
12 si# (*)
9 sibb=lá
8ª
12 dó
-
13 dó# (*)
11 si (*)
(*) – Estes intervalos não são normalmente utilizados
na formação dos acordes.
Desde a antiguidade já se percebia que duas notas com intervalos
de 3ª (ex. dó-mi) ou de 5ª (ex. dó-sol)
tocadas ao mesmo tempo soavam consonantes, enquanto os intervalos
de 2ª e 4ª soavam dissonantes. Isso não era por
acaso já que, ao vibrar, uma corda produz, além
da nota fundamental, outras nos intervalos de 3ª e 5ª com
intensidade relevante. Também se percebeu que ao acrescentar
uma nota ao intervalo (de 2 para 3 notas) produzia-se um som
de
imensa robustez sonora, muito maior que a combinação
simples de 2 notas. Esta associação dos intervalos
de 3ª e 5ª tocados ao mesmo tempo deu origem aos primeiros
acordes de que se tem notícia, denominados acordes
perfeitos, por combinarem os três principais
sons da nota mais grave do acorde.
Os acordes mais simples, portanto, são formados por um conjunto
de três notas diferentes, daí receberem o nome de tríades.
São classificados conforme os intervalos, a partir da nota
mais grave, entre a 1ª e a 2ª nota e esta e a 3ª
nota conforme tabela abaixo:
Qualidade
Intervalo entre
1ª e 2ª notas
Intervalo entre 2ª e 3ª nota
FÓRMULA
Intervalos a partir da 1ª nota
Maior
Maior (M)
menor (m)
1-3-5
Menor
menor (m)
Maior (M)
1-b3-5
Diminuto (*)
menor (m)
menor (m)
1-b3-b5
Aumentado (**)
Maior (M)
Maior (M)
1-3-#5
(*) – Diminuto pois subtrai 1 semitom do intervalo de 5ª (Justo).
(**) – Aumentado pois acrescenta 1 semitom ao intervalo de
5ª.
Nome
O acorde recebe o nome de sua primeira nota, denominada fundamental. Por exemplo, a tríade dó-mi-sol é um acorde
em Dó maior (ou, por convenção, em Dó);
a tríade mib-solb-sib é um acorde em Mi bemol menor.
Fórmula
Note que no segundo exemplo acima (mib-solb-sib),
a fórmula
do acorde de Mi menor (seja bemol ou sustenido) deve
conter as notas sol e si. Daí se usar
solb em vez de fá# e
sib em vez de lá#. Estas notas iguais,
porém
com notação distinta, são chamadas de
enarmônicas.
A fórmula da tríade deve, portanto, sempre
obedecer aos intervalos 1-3-5 a partir da nota fundamental,
sendo que as alterações cromáticas é
que indicam a qualidade do acorde.
Dobra
No violão, normalmente se toca um acorde com pelo
menos 4 notas (ou cordas). Por isso, ao tocar uma tríade,
pelo menos uma nota será repetida. A isto se chama dobrar o acorde. Não há nenhuma conseqüência
na percepção do acorde ao ser dobrado, a não
ser dar-lhe maior riqueza sonora .
Inversão
Inverter um acorde significa colocar como nota mais grave,
não a sua nota fundamental, mas uma das outras duas
notas da tríade. Por exemplo, se em vez de dó-mi-sol,
tivermos mi-sol-dó (ambos um acorde em Dó).
As fórmulas e notação dos acordes invertidos
são as seguintes:
1ª inversão: 3-5-1 (ex. mi-sol-dó que é
o acorde em Dó com baixo em mi)
2ª inversão: 5-1-3 (ex. sol-dó-mi que é
o acorde em Dó com baixo em sol).
Embora o acorde seja o mesmo, as inversões dão
uma riqueza sonora característica que podem ser exploradas
nos arranjos musicais. Na posição fundamental
os acordes são harmonicamente mais estáveis
que suas inversões,
daí serem mais utilizados no acompanhamento musical. A 1ª
inversão se usa mais freqüentemente como passagem suave
entre dois acordes que estejam na posição fundamental.
A 2ª inversão é a mais harmonicamente instável
das três posições, pois contém um
intervalo dissonante de 4ª com a nota fundamental (ex.
sol-dó),
sendo também usada como acorde de passagem, porém
de forma mais agressiva, por exemplo, na transição
entre uma tensão e um relaxamento na harmonia.
Identificação do acorde
Para identificar um acorde seguindo o que foi explicado acima
deve-se pois:
- eliminar as dobras
- colocar o acorde na posição fundamental, ou seja,
na fórmula 1-3-5
- identificar a qualidade do acorde (maior, menor, diminuto ou aumentado).
ACORDES COM ESTRUTURAS
COMPLEXAS (com mais de três notas diferentes)
Vimos que dois intervalos de terças são usados para
formar uma tríade. Acrescentando outras notas em intervalos
de terças a essas tríades formam-se os acordes
com estruturas mais complexas e de grande riqueza sonora. Por
razões
práticas, a extensão máxima do intervalo utilizado
em relação à nota fundamental é de
13ª.
Têm-se pois à disposição os intervalos
de 1ª, 3ª, 5ª, 7ª, 9ª, 11ª e 13ª
para a formação destes acordes.
Há três grandes famílias de acordes complexos
conforme se verá a seguir.
Família de Acordes Maiores
É baseada na tríade maior 1-3-5. O intervalo de 3ª
exerce um papel importante nesta família. O intervalo de
7ª não tem alteração cromática.
É baseada na tríade menor 1-b3-5. O intervalo de
7ª é diminuto (b7) exceto um deles com 7ª maior.
As fórmulas dos acordes mais comuns são:
Notação
(ex. acorde em Dó)
Fórmula
Dó m 6
1-b3-5-6
Dó m 7
1-b3-5-b7
Dó m 9
1-b3-5-b7-9
Dó m 11
1-b3-5-b7-9-11
Dó m 13
1-b3-5-b7-9-11-13
Dó m add9
1-b3-5-9
Dó m 6 9
1-b3-5-6-9
Dó m 7 maior
1-b3-5-7
Dó m 7 b5
1-b3-b5-b7
Dó m 7 #11
1-b3-b5-b7
Dó m susp4
1-b3-4-5
Família de Acordes Dominantes (ou acordes de 7ª
da dominante ou, simplesmente, de 7ª )
É baseada na tríade maior acrescida da 7ª menor
1-3-5-b7. Os intervalos mais importantes são o de 3ª
e o de 7ª menor. Estes acordes são de acentuada dissonância
porque há um intervalo trítono presente (3-b7). Existem,
entretanto, alguns acordes classificados nesta família mas
que não possuem nem a 3ª nem a 7ª menor (ex. tríade
diminuta, tríade aumentada e suspensos). São assim
colocados apenas por não se classificarem em outras famílias
e, de certa forma, exercerem as mesmas funções que
os verdadeiros acordes dominantes.
O nome acorde dominante advém de que o acorde maior com
7ª no grau dominante (V) da escala diatônica (ex.: na
escala em Dó, o acorde de Sol b7) exerce um importante papel
na harmonia.
As fórmulas dos acordes mais comuns são:
Notação
(ex. acorde em Dó)
Fórmula
Dó dom 7
1-3-5-b7
Dó dom 9
1-3-5-b7-9
Dó dom 11
1-3-5-b7-9-11
Dó dom 13
1-3-5-b7-9-11-13
Dó dom 7 #4
1-3-4-5-b7
Dó dom 7 b5
1-3-b5-b7
Dó dom 7 #5
1-3-#5-7
Dó dom 7 b9
1-3-5-b7-b9
Dó dom 7 #9
1-3-5-b7-#9
Dó dom 7 #11
1-3-5-b7-9#11
Dó diminuto( dim)
1-b3-b5
Dó dim 7
1-b3-b5-bb7
Dó meio-diminuto
1-b3-b5-b7
Dó aumentado (aum)
1-3-#5
Dó aum 7
1-3-#5-b7
Dó suspenso 7
1-4-5-b7
Dó suspenso 9
1-4-5-b7-9
Dó suspenso 11
1-4-5-b7-9-11
Dó suspenso 13
1-4-5-b7-9-11-13
Dó alterado
1-3-b5-#5-b7-b9-#9
Outros Acordes
Existem alguns acordes que não podem ser classificados em
nenhuma das famílias acima nem pela sua fórmula nem
pela função que ocupa na harmonia. São os acordes
incompletos onde falta o intervalo de 3ª. Nestes casos, o acorde
não pode ser classificado nem como maior, menor ou dominante.
No rock são freqüentemente usados os acordes denominados
power chords formados pelas intervalos de 1ª e 5ª (ex.
Dó 5).Outro utilizado é o acorde com a fórmula
1-2-5 (ex. Dó sus 2).
No séc. XVI começou a ser usado no ocidente um sistema
de notação musical além do pentagrama,
e tinha como objetivo uma rápida apreensão visual
e alguma liberdade para o intérprete. Era a Cifragem que
consistia na colocação de numerais arábicos
abaixo da linha melódica do pentagrama para representar
os acordes que a acompanhavam. Hoje em dia permanecem em uso
dois tipos de
cifragem: a analítica e a prática.
A cifragem analítica, muito usada no estudo teórico
da análise harmônica, emprega numerais romanos de I
a VII para representar os acordes cujas fundamentais são
os graus da escala diatônica (v. acima) acompanhados de sinais,
letras e numerais arábicos (ex. IV m7).
A cifragem prática é aquela utilizada na música
popular, em especial para acompanhamento ao violão, e segue
a mesma estrutura da analítica, mas substitui os numerais
romanos por letras que indicam a nota fundamental do acorde (ex.
Fá m7).
Infelizmente não há uma padronização
internacional sobre as regras de cifragem para violão.
Cada país, ou mesmo cada autor, adota diferentes sinais
para representar os mesmos acordes cifrados. Além disso,
no Brasil há
uma complicação adicional, pois, em vez de se adotarem
os nomes das notas fundamentais utilizados no país (Dó,
Ré, Mi, ... Si), usam-se os nomes da notação
inglesa (A, B, C, ... G). A correspondência entre
uma e outra
é a seguinte:
A – lá B – si C – dó D
- ré
E - mi F - fá G - sol
Regras
As regras são basicamente as seguintes:
- A cifra inicia pela nota fundamental do acorde: A, B, C, ...
G, A#, B#, C#, ... G#, Ab, Bb, Cb, ... Gb.
- Em seguida vem a qualidade do acorde:
Qualidade
Símbolo
Alternativas comuns
Exemplo
Maior
(nenhum)
Maj, M, Ma
C
Menor
m
min, -
Cm
Dominante
7 (*)
dom7
C7
Diminuto
º
dim
Cº
(*) Aqui há uma quebra da regra geral da notação,
pois deveria ser b7 indicando um intervalo de 7ª menor. Porém,
em nome da simplificação, adotou-se somente 7.
- Os acordes com estruturas complexas são representados
colocando-se as suas fórmulas após a qualidade. As
tabelas a seguir repetem as tabelas dos acordes complexos já
mostrados anteriormente, porém incluindo os símbolos
de cifragem.